quinta-feira, 4 de setembro de 2008

ENHEDUANA 2300-2225a.C.


Poetisa que deixou uma obra prima, Exaltação de Inana é considerada a primeira escritora tanto por escrever na primeira pessoa como por assinar sua obra. Inana era a deusa do amor associada ao planeta Vênus.Ela se apresenta como filha de Sargão, mas pode ser só um título, apesar de que o grande rei fez dela sumo-sacerdotiza na cidade de Ur. Cargo que parece ter sido sempre de um homem. Estes versos são de um outro poema seu, Nin-Me-Sara: “Rainha de todos os deuses, demasiados numerosos para se contar, Tu resplandece diante deles como uma luz crescente. Mulher venerada, vestida da maior radiância foste amada pelos homens. Estás acima de tudo, ó grande perpetuadora da vida. Amas o direito e dás a coroa a tua grande sacerdotisa”. www.angelfire.com/mi/enheduanna/index.html

terça-feira, 2 de setembro de 2008

SARGÃO I 2334-2279 a.C.


Os sumérios desceram das planícies da Rússia há cerca de 5.000 anos e foram formando vilas em torno dos rios Tigre e Eufrates. Sendo muito violentos, isto resultava em constantes guerras entre as cidades fortificadas que eles construíram. Eles dividiam o tempo em antes e depois do dilúvio.
Segundo a Bíblia,
Ninrod foi um político sumério que defendeu o aglomerado urbano numa época em que os homens tinham deixado o risco da vida nômade e começavam a se fixar e reivindicar o direito de propriedade da terra. Ainda viviam, porém, uma existência isolada de seus vizinhos. No vale entre os rios Tigre e Eufrates Ninrod iniciou a construção da cidade de Babel e, usando o espírito (interesse) religioso de então, teve a idéia de construir um Zigurate, uma pirâmide com degraus, não como os egípcios já usavam, como túmulo grandioso, mas no meio da cidade como lugar de devoção, concentrando os indivíduos na religião e conseqüentemente nas outras atividades: comércio, diversão, cuidados médicos, e outros. Os antigos babilônios usavam o tijolo de barro cozido nas construções de suas cidades. Ninrod foi um caçador destemido e um homem muito violento, mas tão carismático que entrou para a mitologia como Baal. Naquele tempo os humanos não tinham noção de distâncias infinitas, por isso Deus ou os deuses estavam muito próximos deles, podendo se casar com suas mulheres e as deusas com seus homens produzindo indivíduos superiores, que se tornavam o rei ou a rainha deles.
Gilgamés
, segundo as lendas, foi um rei do período proto-histórico pós-diluviano. A cidade principal de seu povo há 5.000 anos atrás era Eridu e seus reis eram considerados heróis escolhidos pelos deuses. Houve uma série de reis que foram aglutinando as cidades-Estado, até que surgiu Sargão, o acadiano. Sua história só aparece em documentos escritos no século VIII a.C. e conta que ele era filho de uma sacerdotisa do templo da deusa Istar com um desconhecido. Era um comportamento religioso comum naqueles tempos, mesmo na Grécia tão instruída, o casamento simbólico, a relação sexual paga para conseguir sucesso com a ajuda da divindade, o hierós gamos, ato sexual entre um devoto e uma mulher dedicada a deusa. Sargão teve uma educação aprimorada e foi preparado para o poder, servindo como oficial na corte do rei Ur-Zababa, em Kish. Quando subiu ao trono empreendeu a conquista dos outros reinos da Mesopotâmia.
Uma prática comum dos povos árabes modernos, o
nepotismo, colocar parentes em altos cargos da administração, foi usado amplamente por Sargão. Quando conquistava um reino e o povo se submetia ele deixava continuar o governo, mas sempre designava um acadiano como representante seu, estabelecendo um governo centralizado. Ele foi um dos primeiros governantes a formar um exército permanente custeando a despesa dos soldados - chegou a ter 5.400 homens bem armados. Quando uma cidade se revoltava ele a atacava, derrubava suas muralhas e fazia uma grande destruição de vidas.
Em todos os povos daquele tempo a direção da religião estava nas mãos dos homens, mas em Ur, a capital de seu reino, Sargão colocou uma
sumo-sacerdotisa. Mais tarde Sargão construiu uma nova capital, Ágade, que ainda não foi descoberta. No seu tempo os escribas, os profissionais que registravam as transações comerciais e a histórias dos reis e outros homens importantes, aperfeiçoaram a escrita em tabuinhas de barro: ao invés de arrastar a ponta de um estilete sobre a argila macia - a fenda provocava acúmulo de material ao lado da escrita - eles passaram a usar o junco triangular pressionado que formava figuras-símbolos, a escrita cuneiforme. Existem milhares destas tábuas nos grandes museus do mundo. Nelas também foram registradas leis, cálculos matemáticos e astronômicos. Eles usavam um sistema de cálculo baseado no número 60, que pode ser divido por 12 números.
www.angelfire.com/me/babiloniabrasil/sargaoacadio.html

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

IMOTEP 2680-2606 aC


1 IMOTEP 2680-2606 a.C. Este homem foi ao mesmo tempo: sumo-sacerdote, vizir e conselheiro do Faraó, escultor, arquiteto e médico. Em todas estas ciências foi profundo conhecedor e inovador. Teve a boa sorte de viver numa época de intensas mudanças no Egito e de participar delas. O país que possuía até então uma administração descentralizada com cidades-estado autônomas passou a ter, sob o Faraó Djoser, um governo absolutista e teocrático.
Os egípcios eram um povo festivo, gostavam de cantar, dançar, usavam o
khol (tinta preta) para pintar em torno dos olhos, colocavam rouge no rosto, perfumavam-se e usavam jóias (as dos ricos eram feitas de metais preciosos como o ouro; a dos pobres eram bijuterias de barro, madeira, ossos e cristais). Cercados pelo deserto por um lado e pelo mar do outro, rodeados por inimigos que invejavam suas cidades e riquezas, os egípcios buscavam a segurança na vida religiosa, na confiança em seus deuses e na vida após a morte. O rio Nilo era o regulador de suas vidas, pois em suas enchentes periódicas que faziam as águas se espraiarem por vastas áreas, residia a fertilidade do solo que precisava ser aproveitada logo que as águas baixassem, arando, plantando e colhendo no tempo certo, antes que outra enchente destruísse as colheitas. Isto requereu uma organização de administradores em cada aldeia e em cada região, controlados por uma forte chefia central (que, em seu tempo, estava enfeixada nas mãos de Imotep) que cuidava da formação de engenheiros e planejava seu trabalho que incluía: construção de canais de irrigação, pontes e aquedutos. Os administradores dirigiam um exército de apontadores que registravam a área plantada, a época, e a quantidade de sementes usadas por cada agricultor, também anotavam a produção colhida, onde foi armazenada, a parte que foi para o governo regional e o imposto destinado ao Faraó e ao governo central. Estes funcionários que dominavam a arte da escrita e da matemática eram os escribas. O trabalho dos agricultores era árduo, porém tinham fartura de alimento e encontravam tempo para decorar suas casas com pinturas florais muito festivas.
Nesta época começou o costume de recrutar muitos agricultores para a construção das
pirâmides e das novas cidades, mas a maioria dos operários era constituída de escravos, prisioneiros dos povos conquistados pelos egípcios. O governo de Imotep incentivou o treinamento de escribas o que tornou a literatura de seu povo mais abundante que a dos gregos e dos romanos muitos séculos depois. Os poemas que falavam de amor mostravam a mulher como a que tomava a iniciativa na relação, elogiando a beleza do amado e convidando-o a desfrutar as delícias de sua mulher. Elas possuíam direitos legais e, na separação, geralmente ficavam com tudo, além de a herança para os filhos vir pelo lado feminino. A prosa egípcia valorizava os longos cabelos das mulheres, o corpo esguio e os vestidos justos mostrando suas belas formas.
Imotep, como sumo-sacerdote, contribuiu para manter esta situação manobrando para que o novo deus
Ra fosse adorado em todo o país acima dos deuses regionais, para isso, construiu a cidade de Heliópolis. Era um costume antigo honrar os dignitários com o sepultamento em uma mastaba, um túmulo grandioso em forma de salão. Para mostrar que o Faraó estava acima de todos, ele imaginou uma pirâmide em forma de degraus, construída com a superposição de sete mastabas tendo na base 125m x 104m e alcançando a altura de 62m - monumento que existe até hoje no complexo de Saqqara. Seu projeto arquitetônico sugeria a idéia da ligação que o Faraó fazia entre o mundo material e o espiritual e seu poder absoluto. Este complexo funerário da 3ª dinastia representou um avanço imenso na forma de construir monumentos em homenagem aos mortos. Foram os primeiros a serem construídos com pedra calcária, ao invés de barro e madeira, já que o ser humano havia dominado o corte das pedras e seu cinzelamento. Porém ainda estava longe o tempo em que os mestres construtores conseguiriam fazer um cômodo enorme com cobertura apoiada nas paredes. Aquelas pirâmides eram completamente sólidas, sem espaços interiores apesar de que já faziam corredores abaixo da pirâmide com câmaras cortados na pedra macia. A função desses edifícios era mais simbólica, invocava poderes mágicos e, para os sacerdotes que incutiam isto na mente do povo, significava uma ligação com o mundo dos deuses. Um exemplo dessa finalidade eram as portas falsas, pedras esculpidas e colocadas parecendo portas, mas que não levavam a nenhum cômodo e foi mais um aviso de que aqueles monumentos não eram para ser invadidos pelos vivos, mas para uso exclusivo dos defuntos na sua passagem para o mundo dos mortos. As novidades maiores ficavam em seu exterior. Uma área de 15 hectares, o perímetro da pirâmide, foi todo calçado de lajes de pedra e construídos: terraços, capelas, templos, plataformas, quartos para habitação e para depósito de ferramentas e salpicado de estátuas.
O complexo de Saqqara tem como única pirâmide o templo de Djozer, as outras construções não chegaram a subir, ficaram só nos alicerces e foram cobertos pela areia. Naqueles edifícios planejados por Imotep não havia decorações, tão somente algumas pedras foram esculpidas para parecerem madeira. Colunas que não tinham nenhuma serventia de sustentação eram trabalhadas para se parecerem com hastes, folhas e flores do papiro.
Como
médico, Imotep, codificou as formas tradicionais de tratamento das doenças e tornou-se famoso usando o diagnóstico pela apalpação dos órgãos, pela auscultação do coração e a detectação das doenças pela observação da íris. Ele listou no papiro Elbes várias substâncias para serem usadas como remédios: o mel, a cevada, o aloé, a cebola, o azeite e o ópio. Sua glória aumentou depois da morte. Seu túmulo, em Saqqara, tornou-se um santuário ao qual acorriam doentes de diversos países para a cura de seus males – 1500 anos depois ele foi incorporado à mitologia grega como deus da medicina, Asclépio, e como herói, Dédalo, construtor do labirinto de Creta. Sua obra é um testemunho do início da caminhada do ser humano para grandes conquistas. Sua pirâmide de degraus foi imitada por outros povos, como os semitas e os maias. www.insecula.com/contact/A004042.html

Saber - O Tesouro das Nações :Os Gênios


“Quando você vir isso ficará radiante de alegria; cheio de emoção o seu coração baterá forte. Os povos que vivem do outro lado do mar virão trazendo os tesouros das nações para você”. (Isa. 60:5).



Um gênio - uma pessoa com dotes extraordinários - pode ser qualquer um, nosso filho, por exemplo. Mas o que faz uma pessoa ser superdotada? Os neurologistas dizem ser a formação do cérebro, nestas pessoas ele é maior, com menos espaços vazios e com divisão menos acentuada entre os hemisférios cerebrais. Os geneticistas acreditam que possa ser a mistura certa entre os genes dos antepassados gerando um ser com dons maravilhosos. Os espiritualistas dizem que são assom por serem encarnações de seres de luz, espíritos evoluídos em missão na terra. Qualquer que seja a resposta, devemos a eles todo o avanço da humanidade.

Muitas vezes as descobertas desses iluminados eram tão revolucionárias que seus contemporâneos não as aceitavam, sentiam-se insultados e até perseguiam e matavam esses descobridores. Existe um nível de conhecimento - como a água enchendo várias vasilhas interligadas - que, em cada época, é comum a todos os povos. De alguma forma o árabe, o indiano, o chinês, o europeu, todos, mesmo sem comunicação escrita ou oral chegavam às mesmas conclusões, tinham o mesmo nível de saber. Os gênios sempre tiveram a missão de elevar gradualmente esse nível comum de entendimento. Eventualmente, apareciam pessoas avançadas em lugares diferentes fazendo, ao mesmo tempo, iguais descobertas. Em outras, o conhecimento revelado por um desses seres era divulgado pelo mundo por mercadores, missionários, soldados ou menestréis. Algumas vezes a novidade espalhava-se como pelo vento, as mentes em lugares distantes uns dos outros compreendiam, ao mesmo tempo, o novo assunto. Porém, quando a descoberta era para ser percebida nos séculos à frente ficava adormecida até o momento certo.

Não havendo registros do que se fazia entre 7.000 e 30.000 anos aC, muito menos de quem os fazia, temos de entregar os louvores e a glória de tais indivíduos à justiça divina. Porém, antes da história que se iniciou em 6.000 ac, quantos personagens maravilhosos contribuíram para o que somos hoje! A descoberta do controle do fogo, da confecção dos tecidos, da utilização da roda, a invenção de ferramentas: do serrote, do martelo, da faca, do arado. Quanto nós devemos aos que aprenderam a domesticar e utilizar o serviço dos cavalos, dos bois, do cão, das ovelhas! Tudo foi muito difícil para eles já que a humanidade ainda não tinha os insightes para lidar familiarmente com essas idéias. Era assim, no meio do grupo, um homem ou uma mulher, um jovem ou um adulto percebiam a maneira de lidar com uma situação antiga de uma forma inovadora. Como eram essas pessoas? Com certeza eram curiosas, tinham que ter fé e persistência, precisaram ter coragem e certa dose de ambição, junto com a determinação e o sonho. Estas eram as características dos indivíduos que nos ajudaram a evoluir.

A escritora, Dinisen, no seu livro A Fazenda Africana diz sobre os indivíduos geniais: “A natureza tinha dado, aqui, um salto e se afastado da ordem natural de faculdades e talentos, e a coisa se tornava mística e inexplicável, como sempre há de ocorrer quando lida com um gênio”.

Vamos falar muito mais sobre os gênios pós-história, apesar de alguns terem apenas aprofundado o que já se usava. É deslumbrante ver, também, a dança do conhecimento científico indo de uma nação para outra, de um extremo do mundo a outro. Algumas vezes, durante séculos, um mesmo povo produz diversos sábios em vários campos da ciência. De outras o saber espoca, ora num povo ora noutro, em indivíduos especiais. Em alguns casos uma nação é fértil em pesquisadores de determinada ciência e nula nas outras. Certos povos serviram como guardiões do saber sem acrescentar nada a ele, outros foram divulgadores levando os novos conhecimentos para terras longínquas e trazendo de lá novas descobertas. Houve ocasiões em que o conhecimento ficava estagnado ou retrocedia, o homem perdendo grande parte do seu avanço.

Também é preciso lembrar que raros gênios foram bons em diversas ciências. Nenhum o foi em todas. A maioria era especial em uma matéria ou duas na mesma área, ex.: físico e matemático, nas exatas; médico e político, nas humanas. Tudo isto vamos apreciar ao descerrar a contribuição de cada gênio.

Nem podemos deixar de mencionar como o nosso próprio planeta é muitas vezes responsável pelo desenvolvimento do homem, dando condições para estudo, pesquisa e descoberta de novos conceitos. Quando o clima da Terra torna-se inóspito, com falta de chuva ou com frio muito intenso a produção de alimentos diminui, o ser humano gasta mais tempo preocupado com a própria sobrevivência, o corpo sem a quantidade necessária de comida fica fragilizado, vírus e bactérias encontram um habitat favorável ao desenvolvimento e surgem as epidemias, as pestes, uma após outra dizimando muitas vidas, cortando a existência de um indivíduo que seria um gênio ou dificultando de todos os modos o desabrochar dum ser inovador. Assim aconteceu por séculos antes do ano 1000 e de modo inverso nos séculos que se seguiram, em que todas as condições se tornaram favoráveis e o conhecimento voltou a se multiplicar.

O professor Nicolau Sevcenko, doutor em história pela USP, assim define os homens e mulheres que guiaram a humanidade em seu caminhar para uma vida mais digna: “tiveram que suportar, ao mesmo tempo, a atração e o medo do desconhecido, tiveram que acreditar em si mesmos e em seus semelhantes mais do que em entidades sobrenaturais, tiveram que enfrentar todos os riscos de desbravar novos conceitos e de suplantar o choque de valores completamente diferentes do que conheciam até então”.

A forma cronológica como foi montado este trabalho nos permite perceber o pensamento predominante e o grau de conhecimento na política, na filosofia, nas ciências e nas artes que o ser humano possuía em cada época histórica. Os textos entre aspas e em itálico são citações do próprio personagem, suas opiniões expressas em suas próprias palavras.

Neste trabalho elaboramos 3 índices alfabéticos. O de Assuntos trata dos temas mencionados - os números à direita da palavra referem-se ao número de cada personagem na ordem cronológica em que aparece. No de Ciências a numeração é pertinente aos gênios que se destacaram em determinada matéria de estudo e é essencial para quem quer se aprofundar em uma cadeira acadêmica. O de nomes mostra o nome pelo qual um gênio era conhecido e torna mais fácil procurá-la. Isso sem mencionar que a própria obra é um índice dos gênios por ordem cronológica.

Desejamos que a descrição dos grandes feitos humanos e de seus autores seja informativa e inspiradora, e que sejam sementes frutíferas em muitos corações e mentes.

J. A . P. Souza